.das pequenas utopias.

.
daquele cheiro que ficou em mim
resta a saudade dos lençóis
fiquei a tarde no café à tua espera
nem o sol apareceu
a lua sorriu atrás das nuvens
imitando teu bom dia
tropeço no escuro
mas não caio mais em ti
a madrugada escorre por meus pés
fingindo não perceber o sol
vou dormir cedo hoje
para voltar a sonhar por nós dois
.

.you are where i can be my self.

.
e lá vem a vida
me dar o que sempre sonhei
no momento que eu não posso acordar
.

.resumo.

.
a triste história triste 

desta flor triste
que nasceu triste
viveu triste
e caiu triste


levantou-se triste
sobreviveu triste
casou-se triste
mas sorriu triste


sonhou triste
enviuvou-se triste
e por fim - triste
morreu triste

apenas por nao saber amar
.

.da minha morte.

.
não adianta te dizer mas ..
tua vida não será a mesma sem mim

teu olhar não terá o brilho do meu sorriso
tua boca não morderá o gosto do meu colo
tua mão não achará minha coxa
teus pés congelarão na primavera
tua saudade não matará a minha

e só sei que um dia vou morrer de verdade
só pra te provar que tua vida sem mim ..
nem adianta mais dizer
.

.deixa ali que nada mais tem perdão.

.
tu pode querer caetanear
pode se esforçar em machadear
quiça até tentar espancar
mas o mais importante mesmo
é conseguir margarear
.

. da decrescente estupidez humana.




.
ficou quase hora reescrevendo frases 
nada muito significativo
só pra puxar assunto
pra falar alguma besteira qualquer 
pra se surpreender com uma resposta
que esperava vir sem perguntas
sem bobices de infância
ou maquiagem noturna

ficou quase dia realinhando idéias
que viriam do outro lado
sem roupagem elaborada
sem sorriso forçado
talvez a inocência de um beijo
o calor de um abraço
mas o entendimento de tudo 

resposta nasceu desnecessária
tardou a existir
desistiu-se
sequer saiu do olhar
nem ao menos disfarçada
e ela então cansou de esperar

sentindo-se ridícula 
outra vez - mais uma vez - como sempre - de novo
resolveu vomitar verdades
que ficam mais fáceis com a ajuda da vodka
mesmo ofuscando a delicadeza do corpo

percebeu que nada faria diferença 
já havia dito o que precisava
mesmo sem nada falar
apenas naquele esperar

perdeu-se nas palavras não escritas
não dizendo o que queria sentir
correu de volta pra a escuridão

recolocou o chapéu de plumas loucas
e caminhou em direção ao mar

ficou quase vida enganando a insensatez 
.

.adeus.

.
não posso ter presentes sem ter teu coração
junto à rara madrepérola deixou uma carta
deixo contigo meus brincos, meus sorrisos e meu desejo
sabia que nunca mais usaria nada que o trouxesse aos olhos
faça deles o que quiseres.. para sempre
seus sonhos daquele passado eram mais necessários
só levo o pequeno sapato vermelho pois preciso andar
sua lembrança dos dias nas nuvens
fechei a janela para o sol não te alertar
a volúpia das quatro inesquecíveis paredes
não saberia te dizer adeus
isso ela não abriria mão mesmo se ele pedisse
roubei-te um último beijo apenas
e junto a essas poucas lágrimas que pode carregar
sei que não irás notar
encheu o bolso com a saudade que nunca existiu
tua
.








.4d.

.da dor.

.
dói tanto que me curvo
enxugo as lágrimas com a manga da camisa
cheiro teu suor que ainda está grudado em mim

dói tanto que me deito
juro gritos e insanidades alucinadas
afogo tudo que deixei de te dizer

dói tanto que me acabo
perco a força e as palavras de eternidade
e só penso em nunca mais te sentir assim
.

.home sweet home.

.
ele sussura antes de dormir home is where the heart is
finjo sorriso com um beijo apertado
disfarço as lágrimas da inexistente despedida
não quero esquecer de nada e me perco

não durmo para ficar recontando as estrelas de seu braço
brinco com os dedos que conhecem toda minha constelação
faço carinhos ouvindo um leve ronronar
não quero perder nada e me esqueço

a mala perto da porta anuncia o fim
disfarço saudade com a luz do sol
esqueço do que quero e choro

fecho a porta e penso i'm a homeless now
.


. a nova dança das borboletas.

.
Ela tinha medo de dizer a verdade.
Percebeu que tudo que era ilusão foi quebrado.
Apavorada, deixou a música tocar.
Diminuiu as luzes e aumentou o som.
Queria festa.
Viu o gelo derretendo aos poucos.
Junto ao copo, largou a razão em algum canto.
A solidão se perdeu na rua.
E ela reencontrou as borboletas naquele travesseiro.
.

.solidão.

.

e dentre todos, meu maior medo é não mais sentir saudade

.

.o que somos.

.
nunca estendeste
que nossa maior diferença era sermos iguais

não sou tuas outras
não sou teus amigos
sou tu
teu espelho
teu reflexo
tua vontade de ser
agora e ontem e pra sempre

não adianta disfarçar
sempre saberei o que tentas esconder de ti
.







|madrugada + zero de conduta + solidão + saudade|

.suspiro.

.
hoje a saudade veio de surpresa
nem tocou a campainha e sentou-se à mesa

tomou meu copo de cerveja num gole só
disse umas bobagens e saiu arrastando os chinelos

e agora, no final da noite, percebo
que ela roubou todas as palavras que guardei pra ti
.

.eu.

.
Publicitária quando pobre.
Cozinheira quando livre.
Dançarina quando só.
Cantora quando rouca.
Fotógrafa quando cega.
Amante quando triste.
Feliz quando amada.
Louca quando insone.
Apaixonada quando viva.
Viciada em café.

Uma miúda flor de lótus, colorada e sagitariana, em vastos jardins vermelhos.

Eu sou a verdade, nua e tua.
.

.do porquê te amo.

.

Há segredos que não podem ser descobertos. Além disso, não posso revelá-los assim.

Eles precisam ser guardados junto aos brinquedos que escondi no fundo do armário para não serem doados, atrás da pilha de traumas da infância que já não me lembro mais, embaixo daqueles amores que nunca saíram de mim.

Existem algumas coisas que se eu contar para alguém deixam de ser minhas, deixam de existir, deixam de me fazer quem sou. Por isso deixo-os seguros lá, bem lá no fundinho de mim.

Levo comigo uma mochila desses segredos que me doem os joelhos como a mala para um final de semana de praia: há de se levar um casaquinho pois pode esfriar, um biquini para o caso do sol aparecer, uma blusa bonita se pintar uma festa, um tênis para caminhar no pôr do sol e tantas outras necessidades que nunca saberemos mas que sempre voltam de repente para nossa vida.

Veja aquela senhora de verde musgo, por exemplo, que carrega sua bolsa como se estivessem as jóias da família real no compartimento interno e caminha mancando uma das pernas, guarda um segredo que nem eu, nem tu nem sua filha que lhe sorri amigavelmente toda noite sabe. E este senhor que combina a risca do terno com suas meias e não come mais geléia de uva desde que ficou viúvo da terceira esposa, guarda seu grande amor no bolsinho secreto da carteira, junto com um Kaeru, que nunca ninguém descobrirá.

Tua cunhada, teu primo, tua angelical bisavó que não acerta mais a deliciosa receita de bolo de aveia. Teu melhor amigo, tua vizinha, tua doce namorada que te resume todos os dias todo o seu dia. Tu, inclusive e - talvez - principalmente tu, cuida de alguns pensamentos, acontecimentos, acasos ou amores que nunca irão sentir a brisa de uma manhã de verão. Cuidarás deles como cuidas da tua pele, dos teus livros ou do teu pai doente, com delicadeza, cautela e muito medo de perdê-los.

Não posso te pedir que me dê o prazer - ou a dor - de sabê-los.

Não posso te dar a angústia - ou a delícia - de contá-los.

E arrisco a dizer que este possa ser o maior motivo que me faz te amar tanto, pois há coisas que, se me contares, deixarão de ser tuas, deixarão de existir e tu, meu amor, deixarás de ser aquele que me apaixonou.

.

.duas.

.
ela se move serena por entre os dedos
pequena, cabe milimetricamente naquele olhar
procura um beijo faceira dentre os lençóis
diverte-se a cada curva
menina, não pensa na rua, sorri
não há motivos para lembrar o lá fora
apenas não pensa que quando a porta se abrir
essa felicidade não será maquiada
.

.nada muda este sentimento.

Nem o sol nem a chuva e, mesmo envergonhada, admito que nem o time. Minhas mais remotas lembranças se perdem nos três Gigantes daquelas tardes de infância: o senhor negro com gigantes mãos, cujas palmas ecoavam como trovões na arquibancada; a gigante construção à beira rio, que identificava e segurava aquele mar vermelho de alegrias e prantos; e o mais gigantesco homem da minha vida, que me ensinou o amor colorado.

Alto, magro e negro, aquele desconhecido torcedor possuía cabelos grisalhos e longuíssimos dedos. Suas mãos me lembravam raquetes de tênis. Seu sorriso era proporcional a elas, assim como sua tristeza. Ele sempre ficava no mesmo lugar, encostado na parede do último degrau da arquibancada inferior – portão 02. Em determinados momentos, e não saberei precisar se por minhas piruetas ou por algum movimento da bola longínqua e branca no meio do campo, ele esticava suas mãos ao extremo e batia palmas. Eram trovoadas que vibravam o estádio e meu coração.

Este som só perdia em grandeza quando o Gigante urrava e gritava e cantava e mostrava o poder de suas milhares de vozes juntas. Éramos poucas dúzias por vezes, ou centenas delas. Meu grito se unia aos outros, indiferente ao motivo, independente da situação. Aos cinco anos, não há criança que precise de razões para berrar, pular e acompanhar seu ídolo na alegria e na dor.

Aos cinco anos, minha felicidade era saber que nosso time faria, com certeza, nascer rugas e, talvez, roubar sorrisos do maior homem do mundo: nós somos os de vermelhos, né, pai? O clichê da vida mantém-se aqui, como na maioria das histórias de amor. Ao me levar pela mão ao estádio e me soltar logo depois de adentrarmos ao caldeirão, meu pai queria me apaixonar.

Não ouso dizer que eu sabia o que acontecia nos gramados. Não entendia o objetivo dos chutes, da bola ou do homem do apito. Meu entrosamento era com os degraus, com a camisa que eu inventava bandeira, com as descobertas mágicas naquele concreto. Naquela época eu era o sentimento que compartilhava com meu pai, era a onda vermelha que hipnotizava e com certeza era ali a solidificação da minha personalidade.

Hoje, poderia me lembrar de vários jogos marcantes: desde decisões alucinantes de campeonatos que vi no Gigante com milhares de vermelhos até a final mais importante de toda nossa história em que me tranquei sozinha, sentada na cama, dentro de um círculo que fiz com todas as camisas do meu time. Ao contrário disso, citarei o GreNal do Brasileiro de 2008, no Beira Rio, como um dos jogos mais marcantes que vivenciei. E não, não falarei de detalhes técnicos, não comentarei jogadas maravilhosas nem erros grotescos de cada time. Este dia foi o retorno do gigante ao Gigante. Alguns cálculos nos apontavam que há mais de 15 anos meu pai não ia ao estádio, mas a sensação revivida naquelas arquibancadas foi mágica. Nosso sangue se juntou de novo. Nossos sorrisos e abraços a cada gol comemorando não apenas a sensacional vitória em cima do time da Azenha, mas os reencontros. Ele viu, ao vivo e ao som de milhares de apaixonados como ele, que meu sangue vermelho era forte como o dele. E no meio daquela festa, tenho certeza que ouvi os trovões daquele gigante negro de outrora, feliz por sermos de novo um só.



[ ]

Republicado do dia 17/04/10

.

.
e agora
como a gente combinou
a primeira lágrima
nem precisa de adeus
.

.crise.

.
passei o dia guardando palavras pra ti
economizei vírgulas e crases
medi frases
comedi suspiros

caminhei horas imaginando o que te dizer
peguei exclamações e sentimentos
construí parágrafos
refiz estrofes

contei todos os minuto para estar ao teu lado
juntei a poesia da rua e do inferno
me fiz sorriso
apaguei a mágoa

chorei cada segundo que te tive
rasguei planos e amores
perdi abraço
desenhei a solidão
.








2g

.tu nunca foste meu.

.
tuas palavras nunca foram minhas
minha ingenuidade ao ouví-las era tal qual a tua
iludida por achar que teu amor passaria por mim
assim como passa a brisa que sopra outro rosto na esquina

tuas juras nunca foram minhas
minha inocência ao acreditá-las era tal qual a tua
boba por não perceber que teu amor ficaria aqui
assim como empoçam as gotas de orvalho de manhã

teus olhares nunca foram meus
minha pureza ao sentí-los era tal qual a tua
louca por não ver que procuravam além
assim como as ondas que vão à praia
apenas em busca de teus pés
.

.escuridão.

.
por muito tempo ela esperou
depois mudou o rumo
mudou a rua
mudou o nome

por algum tempo ela sorriu
depois parou
cansou
seguiu

por pouco tempo ela sentiu paz
depois veio a dor
as lágrimas
a falta de ar

por nada ela se foi
fugiu da espera
largou o sorriso
secou o choro

agora ela olha pro início de tudo
revê o passado e lembra a dor
esquece o amor e chora pelo vazio
segue em outra direção e ri da luz
.








|do fotolog 07042010|

.mudanças.

.
eu mudo
me mudo
mudo o mundo
mudo o angulo
e começo tudo outra vez
.

.. desembaraça ..

.

hoje eu tô assim
meio descabelada
meio perdida entre fios

hoje eu fiquei meio despenteada
desta pouca ordem que
tinham meus cabelos

.





|do fotolog|

.daqui.

.
das coisas, das palavras e das pessoas
sempre espero as impossíveis
quero as improváveis
busco as impalpáveis

das dores, das tristezas e das saudades
sempre sofro as maiores
choro as piores
sinto as melhores

dos amores, dos encantos e dos olhares
sempre perco meus sentidos
acabo de coração partido
fico tal qual vidro

mas de ti
sempre quero uma palavra que me surpreenda
sinto a única saudade que me paralisa
ganho sentido para não enlouquecer
.

.talvez isso tu nunca entenda.

.
meu ar
meu olhar
meu toque
minha mão
meu escorregar
meu cheiro
meu beijo
meu suspirar
meu fugir
meu olhar
meu voltar
meu pensar
meu entregar
meu ar

mas sempre teu
e nunca de quem achar
.
.

.conto.

Sinto três saudades de ti.
Três vezes por segundo.
Por três dias seguidos.
Choro três lágrimas.
Morro três vezes.
Vivo três vidas.
E continuo com saudade.

.um dia eu aprendo.

.
aprendi certa vez que pedir perdão dói
dói mais quando não tenho culpa
dói menos quando quero de volta

aprendi também que fazemos coisas impensadas
penso mais quando atinge quem eu amo
penso menos quando só machuca a mim

aprendi que trocar um amor pelo outro não vale
não vale nada quando é paixão por amizade
vale muito se é para por no lugar da dor

aprendi que grandeza não está no tamanho
um mundo inteiro não me preenche
um pequeno sorriso pode me curar

aprendi também que a distância revela sentimentos
se existe, o amor cresce e não se importa com o caminho
se eram coincidências, fica só a saudade do que não aconteceu

aprendi mais um bocado de coisas nessa vida - como poucos conseguem
dessas, aprendi contigo a te amar imensuravelmente
mas sozinha tive que aprender a te esquecer
.




.significado.

.
ela olha pela janela, espera
pensa nos tempos de outrora, lembrança
sorri para o carteiro, disfarce

sonha beijos roubados, futuro
sente cheiro de suor, passado
observa a mesa do café, ausência

ela engole o desespero, beiço
rói as unhas no cantinho, infância
tranca lágrimas de saudade, mágoa

ela decide sua vida, renovação
ri da sua tristeza, força
recebe uma ligação, morte
.







.cansei.

.
das tantas coisas que eu precisava dizer
guardei uma só: cansaço
não sei o que mais fazer enquanto tu não vem
não invento diálogos que não aconteceriam

não posso te falar dos amores que tive
nem dos que eu poderia te dar
não posso esconder as decepções que sofri
menos das lágrimas que derramaria por ti

minhas palavras precisam de eco
eu preciso de braços fortes que te carreguem
não tenho como construir um castelo sozinha
apenas das areias que eu trago pra cá

perco mais uma história
vejo outro amor se perder
perco um cantinho deste sorriso
por não ter razão nenhuma para te amar
.

.nós.

.
eu
faço como sempre
abro mão do meu sorriso
para te ver sorrir
.

.sou flor.

.
poda-me sem saber
tuas entrelinhas me cortam
tuas palavras me secam
escondo-me sem querer

busco água em outras fontes
teu ar não me respira
teu suor me murcha
faz virar-me para outro sol

não sei crescer assim
não consigo mais florescer
cultiva-me com cuidado
ou não volte ao meu jardim
.

.lisztomania.

.
Phoenix começa a tocar sem tua permissão.
Levanto até o meio da sala, fecho meus olhos, sonho.
Sou sentimental, penso em ti, danço.
Mexo nos cabelos como se fosse achar teus dedos.
Mexo o corpo como se fosse achar tuas mãos.
Danço nesta sala como sempre dancei para te conquistar no sofá.
Hoje danço como sempre dancei para ti.
Mas é outro quem verá minhas pulseiras cairem no chão.
.

.confesso.

.
risos incontidos no meio do silêncio
encontros de olhares no canto da sala
corpos frenéticos em busca da verdade
o vento, o ar, o respirar, o suspiro
sempre te avisei
só nua sou sincera
.

.dois nós e outras insanidades.

.
vesti-me de rendas desleais como as intenções
planejei torturas e sorrisos escondidos
guardei segredos de amor para a meia noite

não tive tempo de bater na porta
teus lábios já me morderam na esquina
deixo ser levada por olhos descobertos

me perco em corpo único de riscos coloridos
dispo-me de tuas mãos por uns segundos
descanso em teu peito até ouvir tua voz

hoje tu é o que tu escolheu ser
hoje eu sou o que tu escolheu prá mim
.

.das pequenas dores.

.
Juntei todos os meus sorrisos do dia
e te levei com algumas expectativas.

Pulei no teu pescoço com beijos de saudade
e uma mochila cheia de músicas.

Quis gritar coincidências de lembranças que criei de nós
colorindo meu corpo com teu olhar.

Teus braços não aguentaram minha vida
caí no chão sobre os cacos do teu passado.
.

.as janelas que borraram minha maquiagem.

.
Corredores vazios ecoam meu silêncio
Tropeço em devaneios que transitam nos meus olhos
Lanço um sorriso imaginário tentando me acalmar
Trovões afogam minhas vontades
Tento me agarrar nas bordas do que restou
Espero na outra margem então
Tua mão para me tirar do vazio
.





|do baú . 20.04.05|

.eco.

.
dói apertado
o eco que se faz
do amor que tu levou
.

.lava-me?.

.
Ela colocou Basia Bulat bem alto enquanto eu colhi toalhas no varal.
Cansada de não sonhar, pediu-me que lavasse seus cabelos de noite nublada.
Os olhos inchados já não eram mais cachoeira: tornaram-se saaras à espera da primavera.
Sentou-se no chão, cruzou as pernas, largou os abraços perdidos. Índia.
A água gelada lavou as dores mundanas e arrepiou suas entranhas.
Embrulho seus fios entre meus dedos para arrancar tristezas.
Tento embaraçar os desgostos com movimentos fortes no meio da espuma.
Há momentos em que não precisamos de palavras que parem a tempestade.
Vi pequenos seios cresceram numa respiração forçada.
Li seus pensamentos num sussurro, entre uma música e um exagüe.
Não é lágrima, não, boboneca. É xampu.
.


.hipnose.

.
e lá vem tu, com esse jeito de andar
transforma o mundo em estátua
e faz o vento ficar sem ar
.

.msn de poesia.

.
Andira diz (00:11):
Que desse amor tu compreendas o que é a saudade.
Márgara diz (00:11):
E que da saudade valorizes as lágrimas que não viste.
Andira diz (00:12):
Que da tua cegueira tu entendas o que é solidão.
Márgara diz (00:14):
E enquanto sozinho não percas a esperança.
Andira diz (00:16):
Que da fé em teu futuro tu aceites o teu passado.
Márgara diz (00:18):
E no distante de ti mesmo te aches.
Andira diz (00:19):
Somente assim teus desejos serão cumpridos.
Márgara diz (00:21):
E tu poderás amar de verdade.
.

.. sou assim prá ti ..

.
eu posso ser uma, duas ou seis
posso ser tantas quantas tu quiser
na hora em que tu desejar
ou de surpresa antes mesmo de tu pensar

posso ser uma, duas ou seis
posso ser uma santa na cama e uma puta no sofá
uma ao te acordar com café
e outra ao te fazer dormir sem ar

posso ser uma, duas ou seis
não importa a fantasia que eu vista
não faz diferença o que tu faça comigo
serei quem tu preferir que eu seja

posso ser uma, duas ou seis
mas sempre serei a mesma
aquela pela qual tu te apaixonou
e que pode ser quantas quiser
só para te ver sorrir
.


|do fotolog|