.eco.

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dói apertado
o eco que se faz
do amor que tu levou
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.lava-me?.

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Ela colocou Basia Bulat bem alto enquanto eu colhi toalhas no varal.
Cansada de não sonhar, pediu-me que lavasse seus cabelos de noite nublada.
Os olhos inchados já não eram mais cachoeira: tornaram-se saaras à espera da primavera.
Sentou-se no chão, cruzou as pernas, largou os abraços perdidos. Índia.
A água gelada lavou as dores mundanas e arrepiou suas entranhas.
Embrulho seus fios entre meus dedos para arrancar tristezas.
Tento embaraçar os desgostos com movimentos fortes no meio da espuma.
Há momentos em que não precisamos de palavras que parem a tempestade.
Vi pequenos seios cresceram numa respiração forçada.
Li seus pensamentos num sussurro, entre uma música e um exagüe.
Não é lágrima, não, boboneca. É xampu.
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